quinta-feira, fevereiro 01, 2007

É oficial:

No dia 1 de Fevereiro cessei oficialmente todas a relações profissionais com a empresa onde trabalhei durante cinco meses, uma empresa de auditoria e consultoria financeira e fiscal.
Por questões de confidencialidade não posso dizer qual é.
Mas posso dizer o seguinte:

De há alguns meses para cá as grandes auditoras têm vindo a sofrer enormes perdas, mas não de carne para canhão: para além desses, que com alguma clarividência e senso de "eu tenho uma vida para além disto", preferem sair depois de alguns meses, têm saído profssionais amadurecidos, com anos de casa, que ao fim de 2, 3 ou mais anos de serem mastigados, se dão conta de que, para além de não serem valorizados como acham que deviam, fazem contas e chegam à conclusão que perder regalias e uma parte do seu rendimento não é tão mau, visto conseguirem acabar o trabalho a tempo de ver o Sol noutro sítio que não na televisão, sentir o seu calor e , quem sabe até ir passear com os filhos, que já vão para a escola e eles nem se aperceberam...!

Para além disto, há questões internas que é vital abordar:

1- Se há insatisfação no ambiente de trabalho, é bom informar os chefes que há insatisfação no ambiente de trabalho.
Não é "editando" as perguntas que se lhes faz que se vai a algum lado.
Porque se o senhor chefe mais-antigo-mais-melhor-bom não é capaz de se aguentar À bomboca e ouvir o que não lhe agrada, talvez devesse mudar de carreira. Não é porque é o chefe que só ouve o que he interessa. Se é essa a estratégia, deve ter um factor em conta relativamente aos seus inferiores hierárquicos: o dinheiro não é tudo. Ignore isso, e encontrar-se-á sozinho.

2- Se há algo que não funciona, que se diga.
Não vão ser despedidos por dizer que a fotocopiadora come o papel de 300 em 300 folhas. Ninguém vai perder pontos por dizer que a gestão de arquivo é vital para evitar perdas de tempo. Infelizmente, não estive tempo suficiente para dizer isso mesmo. Perguntei, houve grande comoção perante este facto. Porém, como não é o tipo de trabalho para mim neste momento e soube que não iria durar muito mais tempo, preferi não agitar águas onde outros nadam. Uma questão de educação.

Não estive na empresa tempo suficiente para encontrar as questões de fundo que devem ser revistas por quem de direito. Estava demasiado ocupado a tentar perceber se aquilo era realmente trabalho para mim ou se devia simplesmente sair e seguir uma actividade que realemente gostasse de fazer, enquanto tinha tempo e idade para escolher (o que fiz, para além de resolver a questão das habilitações académicas, que assumem lugar primeiro na minha lista de prioridades). Admito que aprendi imenso no tempo em que lá estive e que foi uma experiência enriquecedora, a qual não deve ser respondida com "gostei muito" ou "não gostei nada". Ninguém no seu perfeito juízo gosta de sair do trabalho à 1 da manhã, para entrar no dia seguinte às 9 da manhã, durante semanas seguidas. Quem disser que sim, mente com quantos dentes tem na boca, seus ou não.

Conheci gente muito diferente, entrei em contacto com realidades diversas, viajei para pontos do país que, apesar de geograficamente próximos, nada têm a ver uns com os outros. Aprendi e apreciei esses momentos. Mas todo o bom momento tem o seu preço.
Saí consciente de que sou capaz de fazer o qeu me pediram. Mas não agora.


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