.:Crítica Cinematográfica:.
A vítima de escrutínio é, desta vez, um filme francês intitulado
"Agente 117: Cairo, um ninho de espiões".
Antes de fazerem cara de enjoados por terem ouvido a expressão "filme francês", desenganem-se.
Ao contrário dos filmes anglo-saxónicos com que me tenho deparado, este foi o único que me fez ir às lágrimas de tanto rir, e olhem que isso tem sido bastante raro ultimamente. Por isso, prestem atenção:
A trama é baseada nos filmes de espiões dos anos 60, com inteligentes caricaturas sobre todos os aspectos que fazem os filmes dessa época parecer filmes de péssima categoria nos nossos dias.
Desde falhas de continuidade, à exploração de preconceitos raciais e culturais, aliados ao mais perfeito alhear da realidade, este filme vem confirmar mais uma vez a mestria com que os franceses nos fazem rir (lembrem-se de Louis de Funnes que, para além da hexalogia do Gendarme, adaptou para filme O Avaro, de Moliére, que chegou a passar no Canal Hollywood, entre tantos outros), tão diferente da forma seca dos britânicos, ou ingénuo-parva dos americanos.
Um filme a não perder, para quem gosta de rir, e é capaz de usar os dois dedos de testa que Deus-Nosso Senhor nos deu para pensar que não são só os filmes americanos que fazem rir. Experimentem. Não se vão arrepender.
E a seguir a isto, a minha opinião:
Na minha opinião, é uma forma mais facilmente adaptável para o cenário lusitano, com mais possibilidades de crescimento que o "stand-up" ou a forma desconstrutivista do humor.
Não que essa forma não se adapte, mas porque não só a linguagem nos favorece, como o âmbito cultural é semelhante.
Estes conseguiram criar uma forma francesa de rir, jogando pelas regras britânicas. E fizeram-no bastante bem. Acredito que também somos capazes de o fazer.
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