quarta-feira, julho 11, 2007

Finalmente, vi o filme SAW. O primeiro.
Admito-o: vi o filme tarde e a más horas.
Já anda toda a gente aos pulinhos com a 3ª versão do filme ( ou será a 4ª...?) e ainda ando eu no 1º.

Não sei porquê, mas sempre houve algo no meu subconsciente que me dizia:"Agapito, tu tem cuidado, olha que ainda te arrependes...". E não é que o meu subconsciente tinha razão?

Que monte de merda de filme!!!

Logo no início do filme, a coisa começa com a armadilha mais estúpida para um psicopata doente terminal com um tumor na cabeça.
Eu desafio qualquer pessoa que tenha gostado do filme a colocar-se na posição da criatura: atacado em casa na mais absoluta escuridão, acorda submerso, sobressaltado, fazendo ao mexer-se ir pelo ralo a chave que o liberta. A cena tem "se ele tem acordado devagarinho e apanhado a chave, talvez..." escrito por todo o lado.
Eu relaciono-me com isso! É uma desculpa como qualqur outra! Mas não cola.

Não há talvez. Nem que a porcaria da chave estivesse colada na parede à frente dele ele a ia ver. Ele ia morrer acorrentado de qualquer maneira. Não há hipótese: o psicopata terminal matou, directamente, aquela criatura.

Toda a premissa do filme se baseia na consideração que o assassino não é mesmo o assassino, dando sempre uma hipótese à suposta vítima de se safar, levando-a a matar-se, tal é o estado da armadilha à sua volta. "Se não se safou, foi porque fez alguma coisa mal...!"

A grande caca das mais puras. Eles vão morrer, nem que fossem mestres Zen. Desafio qualquer um a passar num campo de minas a correr, porque a vossa família está acorrentada a dois Bulldozers opostos em duas descidas que arrancarão as suas cabeças se não chegares lá a tempo de puxar os travões de mão. Há com toda a certeza espaços onde não há minas. Se acertares nesses, consegues parar os Bulldozers. Hey, eu dei-lhe uma hipótese!!

...Santa Mãe, que idiotas! Senhores da guerra em África fazem serviços mais inventivos!!E olhem que não há assim tanta sofisticação no meio da selva!!

Note-se que todas as vítimas são consideradas como socialmente reprováveis (vulgo lixo humano), e que merecem morrer: uma drogada, um fotógrafo perseguidor, um médico de respeito que supostamente engana a mulher, um contínuo com problemas sociais graves, etc., levando-nos a não ter muita consideração por quem morre. Eu realmente não tenho.

No entanto, gostava de sentir alguma empatia porque quem é apanhado, porque senão estou a torcer para que morram e o conceito de thriller perde-se um pouco: quero lá saber se ele morre ou não, quero é ver qual é o truque manhoso que ele não disse nem sequer deu a dica durante o filme todo!

O tipo da vela nunca pensou em esfregar as mãos no cofre ou nas paredes para tirar a substância inflamável da zona mais próxima da vela e reduzir os riscos de irromper em chamas....nah! Vamos passear com uma vela na mão que por acaso está regada com gasolina!!Vais ver que vai ser divertido!

A drogadita nunca cortou um bife na vida! Para sacar uma chave duma barriga, em vez de a cortar ao alto, prefere esfaqueá-la, com se isso fizesse a chave saltar. Mas ela não é uma médica treinada, vai-se lá ela lembrar duma coisa dessas....

O médico é um idiota chapado!! Corta ACIMA do grilhão, em vez de abaixo, não considera a hipótese de simplesmente cortar parte do calcanhar para tirar o pé, evitando hemorragias mais severas (não sei...talvez passem menos artérias no calcanhar que NO MEIO DA TÍBIA!!!).
Não sei quanto a vocês, mas quanto menos eu cortar de mim mesmo, melhor.

3 horas para serrar um pedaço de aço temperado é quase o mesmo tempo de serrar osso. Ou julgam que ossos são fáceis de partir?

Disseram-me que o filme se percebia mesmo mesmo no final. Realmente percebe-se. Mas não há qualquer deslumbramento: como raio é que um doente terminal sai duma cama assim sem mais nem ontem, se mete num buraco com um gravador numa mão e uma pistola na outra, se aguenta 4 horas deitado num chão horrorosamente sujo, e ainda tem dedos para controlar um remoto de choques eléctricos que dispensa nas vítimas que estão a menos de 20 centímetros de si? Se ele está a agarrar o gravador e a pistola, como é que carrega nos botões? E como é que ele garante que as vítimas não reparam, se têm que lhe tirar as coisas da mão para sobreviver?

E estas foram só algumas idiotices que encontrei no filme. Não gostei. No entanto, aconselho qualquer pessoa a ver por si e julgar por si. Mas que não tenha grandes expectativas.

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