sexta-feira, setembro 01, 2006

Guiar.
Não gosto de guiar. Não é algo que me dê especial prazer, excepto pelo pormenor de me deixar chegar a casa a altas horas da noite (seja do trabalho ou de lazer) com relativa segurança.

O carro. Um carro.
Qualquer carro, desde que gaste menos do que recebo por mês e me deixa suficiente para comer e vestir, está óptimo. A velocidade é-me realmente indiferente.

As pessoas. Detesto pessoas. Não há coisa na vida em sociedade que mais desgoste nem queira ver longe, como as pessoas. Morreriam aos milhares, qual moscas, caso não fosse crime matá-las. Essencialmente uma das espécies de pessoas mais irritantes, os chicos-espertos.

"Mas oh Agapito, porquê...?"

Bom, porque se juntarmos uma pessoa (nomeadamente, um chico-esperto) e um carro, dá asneira. Passo a explicar:

Venho do ponto A para o ponto B, quando constato que:

1) Agosto acabou e começou Setembro;

2)As férias das pessoas são essencialmente em Agosto. Elas voltaram. E stressadas porque vieram todas juntas a aturar pessoas. Compreendo a sua dor. Merecem-na;

3)As pessoas encheram as estradas, empestando um ambiente antes mais leve de pessoas;

4)As pessoas têm pressa e estão cansadas. Logo, sofrem e querem partilhar a sua dor com os outros, tendo acidentes que empatam as pessoas à volta. E a mim;

5)Tenho de gastar mais combustível por causa das pessoas. Elas merecem sofrer;

6)Um "chunning" (esta tenho especial prazer em explicar: um chunning é um idiota chapado que juntou uns trocos para comprar um chaço e amaricá-lo de maneira a parecer um carro que não é, finja que anda o que não anda, trocando potência por barulho. Ainda bem que não têm o carro dos sonhos deles, amenizando assim os pesadelos dos outros.) entra e sai duma rotunda sem abrandar nem fazer qualquer sinal, baseando-se essencialmente em fé, seguindo pelo mesmo caminho que eu, só que a fazer mais barulho e mais depressa (pobre carro...), chegando ao mesmo sítio que eu, e numa curva especialmente complexa pára, buzina a um amigo que está noutro carro e com a maior das tranquilidades conversa sobre os temas da actualidade.
Pasmo absoluto. Nunca os imaginei tão idiotas. Mas ela também não tem limites, não é...?

7) Estou quase a chegar ao ponto B. Falta só uma rua a que vou dar a alcunha de "A Feira". Isto porquenuma descida com dois sentidos, se estaciona em 2ª fila em contra-mão, deixando espaço para um Smart passar (veículo minúsculo). Cruzamento complicado, com carros a passar, e tem de se fazer uma passagem por sítio onde carros circulam velozmente. Qual não é o meu espanto quando, fazendo essa curva, me deparo com um táxi a subir em contra-mão ( ou seja, contra mim), um carro a vir do cruzamento, e eu no meio. Pior: o táxi estava a fugir a um sinal vermelho e a uma fila de carros.


Foi um bom fim de dia.


Este post está, como os outros antes deste, sujeito às Regras do Primeiro Post.

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