quinta-feira, junho 29, 2006

Fui recentemente ver um filme intitulado "A Comédia do Poder", que apesar do nome, tem muito pouco de cómico, excepto pela parte trágica.

É um filme francês que apresenta a forma como é tratado um caso de abuso de coniança e peculato numa empresa pública.
(Não sabem o que é peculato? Vão ver ao dicionário. Se se sentem ignorantes, é porque querem.)

Não me deixei de identificar com o filme, que tem um final bastante esperado, o que me faz dissertar sobre a possibilidade de se fazer algo do género em Portugal. Admito que casos não faltariam para material de estudo. Só que neste país, um filme deste género não seria tanto uma crítica ácida ao "status quo", mas mais um "reality show" que me faz quase-quase ir a correr à casa-de-banho vomitar, porque o que se faz nesse espectáculo não afecta os resultados de uma empresa apenas, mas o espectador directamente, e não por sua escolha.

É, digamos, uma nova forma de obrigar toda a gente a participar num "reality-show", porque tudo aquilo que se diz, ninguém acredit; após análise ligeiramente cuidada, não se concorda, mas tem de se aguentar porque se faz parte do grande conjunto nacional.

Se vi 45 minutos do total de reality-shows que me tentam enfiar pela goela abaixo através da TV e de todos os meios de comunicação em massa disponíveis, foi muito.
Deixei de assistir regularmente à programação dos canais portugueses (sim, aqueles que qualquer um que espete um cabide metálico no ar apanha).
E agora, não só sou espectador, como participante "activo" do maior reality-show português: Portugal.



Mais uma vez, caso haja comentários de desagrado à minha pessoa a fazer, terão a sua resposta e justificação na parte final do meu primeiro post. Muito obrigado.

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