De todas a maravilhas da tecnologia, o telemóvel é o pedaço de equipamento que mais me fascina:

1) é uma forma de comunicação à distância;
2) é móvel;
3) é versátil, de acordo com os melhoramentos e apêndices que leh são incluídos, como uma câmara fotográfica, ou um leitor digital de música e um rádio, ou jogos;
4) é um equipamento universal, onde a forma de funcionamento é essencialmente a mesma, seja em Portugal ou na China.

Mas o que mais me fascina são as diferentes formas de encarar o telemóvel, de acordo com a faixa etária, nível de rendimentos e até mesmo crenças religiosas.

Os mais velhos vêem o telemóvel como o telefone de casa, pelo que o deixam, pasmem-se, ao lado do telefone de casa. Reeducar os nossos idosos a transportar o telemóvel consigo é uma tarefa hercúlea, que exige paciência, mas que não é completamente impossível.

As funcionárias públicas usam-no como utensílio estético, mais do que forma essencial de comunicação, usando-o apenas para se transportar na mão, evidenciando o facto de se possuir tal objecto. E como é que se identifica uma funcionária pública, dizem vocês?

Bom, é simples:
Imaginem uma rapariga de 20/22 anos, com as vestimentas de acordo com a sua idade e tendências da moda do momento. Depois, visualizem-na a inchar como um balão, mas mantendo sempre as tendências e roupagens ajustadas a uma rapariga de 20/22 anos (uma das formas que mais me diverte, na altura em que escrevo este post, de detectar funcionárias públicas é o facto de usarem uns chinelos de rua que agora estão bastante em voga, mais pequenos que o próprio pé, bastante semelhantes a chinelos de varina, só que com missangas e lantejoulas, e que de cada vez que as ditas senhoras tomam café, as chinelas lhes fogem dos pés, e as ditas senhoras têm de as "pescar" com os pés, esticando-os qual cobra píton em busca da sua presa). Em termos de utilização "telemovelística", usam-no para perguntar onde é que os filhos estão e os informar que vão às compras depois do trabalho, como fazem sempre. Aos gritos. No meio da rua. Como se alguém morresse se não se soubesse o que a senhora faz no horário pós-laboral.

As pitas malucas, jovens entre os 12 /18 anos de idade, fazem o deleite das empresas de telecomunicações. Isto porque apenas gastam todas as mensagens que lhes estejam disponíveis, o que faz com que, com algum cálculo matemático simples, se consiga sacar mais dinheiro, dado que elas o gastam sempre. Falam das coisas normais da adolescência, ou seja, incoerências e afirmações que poderiam ser evitadas se se lessem uma série de coisas: livros, tabuletas, sinalização rodoviária...

Os homens usam o telemóvel como uma extensão do pénis, de maneira a garantir supremacia sobre os restantes machos desta grande manada que é a Humanidade. Podem também utilizá-lo como instrumento de trabalho, mas é muito raro. A não ser que seja o telemóvel do trabalho, onde se pode gastar, gastar, gastar... Não há grande distinção de idades, uma vez que os homens são criaturas fáceis de satisfazer: Basta dizer nos anúncios que tem uma paneleirice nova, é é ver homens em filas para comprar um novo telemóvel, mesmo que lhes seja completamente inútil.

De entre esta amálgama há ainda os que usam o telemóvel quando precisam mesmo de fazer chamadas, mandar mensagens, em momentos onde uma chamada é essencial.


Acham que este post é inútil? Acham que não faz sentido nenhum? Acham que não é nada assim? Então digam-no. Como de costume, os vossos "achares" estão sujeitos às Regras do Primeiro Post.

"Despeço-me com Amizade, e até uma próxima oportunidade."